sábado, 2 de abril de 2011

Os candidatos são reflexos de nossa sociedade

Rio, 1º de outubro de 2011.

Quer conhecer melhor um lugar? Saber que tipo de pessoa mora naquela cidade/país?
Procure saber sobre seus candidatos políticos.

Isso mesmo, procure ver suas campanhas eleitorais, como o candidato se porta diante o seu público, já que em tese, ele está PEDINDO o seu voto.

Essas campanhas, nada mais são que puro reflexo da sociedade. Se temos um candidato ignorante (ou pelo menos que se faz disso), é porque temos uma sociedade também ignorante.

Temos o que merecemos, realmente. Mas porque não tentar mudar as coisas. Porque será que as pessoas são tão lesadas de seus direitos?

Porque elas querem? Elas querem ser mal tratadas por funcionários públicos, querem ir para um fórum passar papel de idiota em mal saber o que está fazendo alí, e ser obrigadas a dizer: "Ah... não sei, me mandaram vir aqui." ou "Foi meu advogado que disse."

MAS, quem sabe, seja conveniente para 'ALGUÉNS' que TODA uma sociedade não tenha conhecimento de seus direitos.

Será?

Cris Mano

Problema não se resolve com outro problema

Rio, 8 de outubro de 2011.

Realmente a proposta é LINDA, TENTADORA eu diria.

Mas cai entre nós, nossa realidade é outra, e bem diferente da que temos visto por aí.
Televisão apenas não basta, nunca bastou, e nem NUNCA vai bastar. Nunca vamos saber a real dimensão do problema no qual vivemos. Mas acredite, e esteja certo, que é BEM maior do que vemos por aí.

A quantidade de favelas que temos no Rio é absurda! A quantidade de mendigos, moradores de ruas, crianças se prostituindo e se drogando, "pivetes" que roubam para sustentar vícios e estômagos, é simplesmente SURREAL.

Abrigos, hospitais psquiatricos, clínicas de tratamento estão cada vez mais cheios de pessoas que vem, em sua maioria, das ruas. E ao contrário do que se imagina, o número de moradores de rua não tende a baixar, mas também a aumentar cada dia mais.

É daí para pior. Se pensarmos que, o número de pessoas que moram em comunidades, favelas e até mesmo na rua, é MUITO, MUITO maior do que os que vivem em belos prédios e enormes casa, já temos um grande problema. A desigualdade. E é grande mesmo, como muitos dizem e concordo plenamente, existe um enorme abismo entre pobres e ricos.

E sempre foi assim.
Relatos históricos, e até mesmo as próprias novelas de época que temos hoje em dia, nos mostram a disproporcional diferença do número entre "barões" e escravos. (Passe a perceber).

Mas se eram (são) em quantidade vantajosamente maior, porque não encará-los, lutar contra e aparentemente ganhar?
Simplesmente porque existia (existe) a violência de exemplo.

Escravos apanhavam (apanham) absurdamente ou até morriam em somente desacatar uma simples ordem.

A polícia violenta que temos hoje, é exatamente para isso, para dar exemplo a outros, como antigamente. O método não mudou.

MAS, se fossem dados aos escravos devida educação, tanto moral quanto acadêmica, teríamos tantas desigualdades e desacordos?

Até porque é normal, quando um irmão é presenteado e o outro não, este sentir o descaso, se sentir de lado, se sentir diminuido. E possivelmente querer tomar daquele irmão, o que lhe foi presenteado, para não se sentir tão mal, tão excluído. Isso é natural.

Afinal, o que tem de errado com o irmão "excluído" para não ganhar um bom presente assim como o outro? (Isso, seguindo a lógica da sociedade democrática em que vivemos - direitos iguais para todos).

Ou seja, bater, matar, espancar, diminuir e pisar em cima, infelizmente não vai resolver o problema.
Serve apenas para criar mais revolta no irmão excluído, que assim vai sempre tentar tirar de alguém, o que a ele por alguma razão, foi negado.

Cris Mano

O escudo de cada indivíduo

Rio, 19 de outubro de 2010

Ao sair de casa a sensação que tenho é que cada pessoa está isolada em suas cúpulas. Que as protegem das próprias pessoas. Uma pessoa pode falar com outra na rua por qualquer motivo, menos por naturalidade. Falamos com esses "estranhos" na rua, em sua maioria, por motivos de necessidade. Quando somos assaltados e nos vemos obrigados a pedir ajuda a alguém, quando estamos perdidos e temos que perguntar para alguém qual a direção correta. Mas nunca, NUNCA por naturalidade.

Você não anda pela rua e encontra gente dando um simples "boa tarde", sem ter a necessidade de ser educado. Mas por simplesmente desejar uma boa tarde ou um bom dia para aquela outra pessoa, que você nem conhece.

Acredito que por trás de CADA pessoa, cada indivíduo, existe uma história. E porque não uma linda história? Tem noção que ao estar em um simples restaurante, existem dezenas de histórias que poderiam ser enredos de filme, de tão interessantes? Mas não conhecemos.

Às vezes sinto vontade de sentar ao lado de uma pessoa e simplesmente começar a conversar. Porque ao passar por uma pessoa na rua, não podemos conhece-la? Porque não podemos ser mais que polidamente educadas ao dizer as horas para alguém e quem sabe começar a conversar com ela, conhece-la melhor.

Ao andar pelas ruas, estamos lidando com pessoas comuns, assim como você, como eu. Pessoas que tem problemas, felicidades, contas para pagar, etc. E melhor, que vive na mesma sociedade que você, talvez até nas mesmas circunstâncias que você, e quem sabe vocês não podem ter muitas outras coisas em comum?

Mas isso serve para enxergarmos a que ponto chegamos. Acredito que irá concordar comigo, quando digo que uma das primeiras e mais importantes coisas que nossos pais nos ensinam é a não falar com pessoas estranhas na rua. E isso é uma cultura. Temos esse bloqueio a lidar com outras pessoas "por aí". Infelizmente a violência é mesmo muito pesada e cruel a ponto de termos que sair com "escudos" de casa, para nos proteger. No ônibus todos ficam com seus fones e celulares EVITANDO qualquer tipo de comunicação com outra pessoa, ao sair dos ônibus CORREMOS para chegar o mais rápido possível ao nosso local de destino, sem dar a mínima chance de trocar um olhar com alguém, que seja.

Sei que é um costume nosso, devido à todos os problemas que vemos no nosso dia-a-dia. Apesar de ter vontade e medo de passar por "maluca", não saio conversando com as pessoas pela rua. Mas eu gostaria, realmente gostaria de sair às ruas e sem preconceitos conhecer novas pessoas, assim, naturalmente. Conversar por conversar, conhecer por conhecer, simplesmente.
Cris Mano

Se eu houvesse

Rio, 28 de Março de 2011.

Se eu houvesse que lhe pedir perdão por cada erro meu cometido, teria de fazer isso à cada hora, quiçá a cada minuto do dia. Se eu houvesse de lhe entregar uma rosa por cada bem querer seu à minha pessoa, teria de providenciar todas as rosas do mundo. Se eu houvesse que gritar à cada conselho seu, já não teria voz alguma, mas se eu houvesse que me calar a cada conselho seguido, talvez hoje minha voz estivesse intacta. Se eu houvesse que arrancar um fio de cabelo à cada força que me dá, já estaria com 1.000 fios negativos. Se eu houvesse que fazer uma boa ação para toda lágrima enxugada, o mundo estaria salvo. Se eu houvesse que dizer o quanto te amo à cada momento necessário, eu teria que ter aprendido a falar desde o dia em que você me pôs ao mundo. Te amo mãe.
Cris Mano.

sábado, 4 de dezembro de 2010

escrito em 30 de junho de 2009.

Só to me sentindo mal. Ninguém entende, nem eu entendo. É uma agonia, um stress, uma vontade de quebrar tudo, mas o porque eu não sei, só sinto. Sei, na verdade sei, que é absurdo, que é loucura e que não tem cabimento, mas é ao mesmo tempo mais forte que eu, me domina, me impulsiona a fazer aquilo que depois, eu sei, e é claro que eu sei, que é errado, se não é errado, pelo menos não é certo. Não é certo eu tratar as pessoas assim, dessa maneira, eu mesma não gostaria de ser tratada assim. Mas mesmo assim ainda tem um alguém que tenta entender, se não entende, tenta pelo menos me confortar. Dificilmente consegue. É uma explosão de sentimentos, que se nem eu entendo, como uma outra pessoa, por mais que não seja qualquer pessoa, vai conseguir me confortar assim, só com seu jeitinho, só em dizer que está do meu lado, só com o seu carinho, só com o seu amor, como? Mentira. Muitas vezes ele consegue sim, por mais perdido que esteja pelo fato de eu não conseguir transparecer meus problemas, ele consegue. Ele consegue me dominar e fazer voltar minha atenção em qualquer outra coisa, e isso muitas vezes... Todas às vezes me fazem melhor. Mas de fato, jamais espere demais de uma pessoa, e principalmente daquela, aquela que você realmente gostaria de receber alguma coisinha a mais, nem que seja uma simples compreensão. Não espere. É melhor acreditar que aquela pessoa nada te oferecerá para depois incrivelmente se surpreender de qualquer pequeno fato que esta mesma lhe proporcionar. Ou pior. Ainda que nada se espere, é possível menos que isso obter.

Cris Mano

Pai

Escrito em 15/08/07.

Pai: Homen que deu ser a outro, aquele que exerce as funções de pai.
Mais que exerce as funções de pai, ele ama, ele cuida, ele ensina. E ensina muito bem, sempre me mostrando os caminhos a serem tomados, fazendo com que eu tome minha própria decisão, sem que interfira, apenas com seus conselhos. Conselhos esses, que vou levar pro resto da minha vida, que servem hoje pra mim apenas como um ensinamento, mas que amanhã, vou entender que não foi apenas um conselho, uma maneira também de me fazer bem, de me fazer crescer, aos olhos do pai.
Sou muito feliz por ter o meu pai, como meu pai, o insubstituível, o homem que eu mais venero nessa vida, para mim um exemplo a ser seguido. Admiro em você, pai, tudo. Sua inteligência me fascina, sua paciência me conforta, sua alegria me contagia, você me faz feliz. Faz-me ver que tenho o melhor dos pais, o que dá conselho no lugar de gritos, carinho no lugar de agressões, MUITO amor no lugar de amor.
Peço desculpas, se às vezes não faço as coisas como tem que ser, mas é coisa da idade. E você como sempre, me entendendo e me respeitando, me mostra o certo e o errado, o que devo ou não fazer. Por isso, pai, te agradeço por anos me aturando, e quero que saiba, que eu te amo muito, do fundo do meu coração!

Cris Mano

domingo, 28 de novembro de 2010

Guerra criminal

Nossa polícia é poderosíssima mesmo. Em um dia estamos literalmente em guerra. Inúmeros ataques, carros incendiados, moradores sofrendo com a violência presos em suas próprias casas. Escolas fechadas, comércios interditados, noites e dias parados, em choque. Polícia Militar, Civil e Federal. O problema foi ganhando proporções maiores, e foi preciso a ajuda extra. As forças armadas. Tanques de guerra, engenhosamente equipados foram utilizados no combate contra a guerra criminal no Rio de Janeiro. Ninguém saía ou entrava em casa. Ninguém colocava os pés para fora se não soubessem o que estava acontecendo. Eram helicópteros sobrevoando áreas de risco quase que 24 horas por dia. Tensão total. Moradores não sabiam mais o que fazer, nem como agir ou aonde se “esconder”. Pessoas deixaram de trabalhar, de sair, crianças deixaram de brincar e estudar. Todas as atenções estavam voltadas para uma única coisa. A rotina mudou e o sofrimento passou a ser o dia-a-dia de muitos inocentes moradores. O estado era de desespero. Literalmente um filme de terror ao vivo para todos verem. Sexta, sábado à noite e lugares de muito movimento estavam simplesmente vazios, o terror tomava conta. Era uma verdadeira guerra.
            A polícia estava em todos cantos, fazendo prontidões durante a noite e nos arredores de favelas. Toda uma mobilização foi gerada não só por policiais com esquemas logísticos, mas também por moradores que demonstravam seu apoio em simples e singelos atos. Estavam todos juntos nessa guerra. Quando de repente, de um dia para o outro, sem mais nem menos, eis que a favela surge pacificada. COMO ASSIM?! Não estávamos em guerra até ontem? E hoje já colocamos bandeira do Brasil e do Estado na favela em que ninguém saiu nem preso ou ferido? Qualquer um sabe como uma guerra funciona, e isso foi uma guerra, pelo menos foi a maneira que nos passaram. E uma guerra só pode acabar de duas maneiras: quando a maioria de um dos lados está aniquilada ou quando há um acordo financeiro.

Cris Mano